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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Enquanto você dormia...



...Os olhos no teto a nudez dentro do quarto; e o corpo sendo revelado de uma forma voluptuosa. Um corpo que tinha apenas uma passividade humana de uma timidez constante, agora ganha uma forma animal e sedutor. Um corpo que dança entre os movimentos de pernas e braços, uma língua que insiste em desvendar cada desejo obscuro do ser humano - o calor o sopro um corpo quente em volta do ser.
Enquanto você dormia às vezes eu ria, por não acreditar então te beliscava só pra você acordar e sentir aquela dor chamada desejo. Às vezes eu chorava em silencio, ou chorava porque você estava ali com todo vigor sexual o sexo era ótimo o cansaço dos corpos esgotados de tanta fricção era verdadeiro.
A paz do sono absoluto saindo do seu corpo me deixava maluco por não poder controlar, aquilo que não me pertencia. O que não poderia ser meu naquele momento, mas só seu, naquele momento eu não era mais seu e você era dono do seu mais intimo sonho e sono. Que verdadeiramente me deixava morto de inveja por não participar daquilo.
Enquanto você dormia, tentava pensar em varias cenas de cumplicidade para montar uma exposição de imagens uma galeria de superexposição, para que o mundo todo pudesse compartilhar daquele momento intimo só meu e de minha felicidade por estar verdadeiramente desejando todo o seu eu.
O que seria das relações humanas se não fossem as memorais, as fotos não tiradas as conversas nunca ditas e os momentos perdidos sem um único registro? O que seria da memória?
O que seria do ser exposto se não tivesse quem o admirasse? Quem se expõe quer provocar no outro alguma relação entre o amor e o ódio o bem e o mal, o certo e o errado. Em uma relação a exposição cabe apenas aquele que disse o sim, e que fez a escolha certa ou errada perante a vida! A exposição coloca a gente sempre em uma fina navalha, andando suavemente para não se machucar e nem machucar o outro.
Macular a alma o corpo só para satisfazer o ego e expurgando a pústula do sensível, que há em você, pode fazer com que eu corra o risco de perder o que mais me interessa e completa que é o seu nome-você!
Enquanto você dormia, eu pensava em que poderia me proteger dos meus medos e angustias das minhas próprias mazelas que agora maculavam no somente a minha alma, mas também o meu corpo. Mas necessário pra eu poder dizer que é isso que preciso. Do seu corpo e de você. O que aceita o seu sim! O que ainda quer a sua mão percorrendo vagarosa a pele molhada do meu corpo, e as pontas dos seus dedos tocando suavemente o meu peito.
A sua língua penetrando as minhas entranhas e seu corpo me possuindo com toda sua rigidez e luxuria me penetrando com a vontade animal, e com a culpa de um religioso aconchegando sempre no meu colo e dominando o impressionante!