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sábado, 9 de outubro de 2010

Dona Baratinha...




Era uma vez, uma barata, não como essas baratas nojentas e rastejantes que vivia no mundo. Essa era educada, alfabetizada em colégio de freiras, uma barata independente inteligente e lutava nas causas feministas e nas horas vagas era adjunta as causas humanitárias da ONU, adorava passear pela Faixa de Gaza. Mas, Dona Baratinha era muito trabalhadeira, gostava de manter sua casinha sempre limpa, arrumada e com flores nas janelas.
Um dia varrendo o sótão, encontrou uma ficha de inscrição para bolsa escola, mas como não tinha filhos não poderia receber tal beneficio.
Dona Baratinha pensou... Pensou e então resolveu que deveria arrumar um marido. Ficou tão feliz com a idéia que se pôs logo, a imaginar que indumentária usaria para conquistar tal inseto, menos peçonhento que ela.
Com esta bolsa escola, poderia reformar a casa e comprar roupas novas. Agora que estava com tal propósito em mente e elegante, e um bonito enxoval que havia bordado no seu tempo de colégio de freiras, partiu à tardinha, vestiu sua roupa mais bonita fez um belo penteado e foi para a janela esperar os pretendentes.

O primeiro a aparecer foi à cigarra, o jovem mais fino da cidade. A cigarra achou Dona Baratinha muito graciosa. Dona baratinha então perguntou:

Quer casar com Dona Baratinha tão bonitinha e com bolsa escola na caixinha?

Sim!! Disse a cigarra.

Mas Dona Baratinha tinha um sono muito leve e queria saber se a cigarra cantava tão alto.

Como é que você faz de noite? Perguntou Dona Baratinha.
A cigarra deu um agudo tão forte que Dona Baratinha o recusou. Com o seguinte argumento, credo com uma voz tão fina e com esta viola debaixo do braço, você parece mais uma bicha, com problema de hemorróidas.

Depois dele veio porco, o rouxinol (que estava mais pra cotovia), o sapo (que também teve que recusar), pois na primeira noite ele já queria lamber a sua xaninha, mas a língua era tão grande que poderia atravessá-la. Veio o jacaré, que só se defende pelo rabo, e etc.

Infelizmente todos eram muito barulhentos e indecentes, e não iam deixar D. Baratinha dormir. Logo ela que era muito recatada.

Já estava desistindo, quando apareceu D. Ratão muito elegante e charmoso.

Ela então resolveu tentar mais uma vez. Felizmente, D. Ratão tinha uma voz suave e a noite seu ronco era fraquinho: Qui, Qui, Qui...

Dona Baratinha ficou muito satisfeita com o pretendente e ficaram noivos.
Começaram os preparativos para o casamento.
Dona Baratinha toda agitada preparava um delicioso banquete para a festa do casamento e D. Ratão ajudava nos convites. Porém D. Ratão era muito safado e pediu à noiva que gostaria ter uma despedida de solteiro antes do casamento.
Dona Baratinha concordou. Então, Dom Ratão convidou seus amigos e foram para um puteiro.
Tudo já estava pronto, banquete, igreja e os convidados chegando.
Dona Baratinha elegante e feliz estava a caminho da Igreja, porém o noivo só pensava na putaria.
D. Ratão foi o primeiro a entrar no puteiro, e lá já encontrava o jegue trepadeiro, (que já estava com o seu pau enorme) só de ver a dança das mariposas, o sapo lingudo, o rouxinol, o porco e o Senhor cigarra com sua voz estridente.
Mas na afobação, Dom Ratão escorregou e caiu sentado na jeba do Jegue trepadeiro.
Dona Baratinha ansiosa esperava na igreja o noivo que não retornava.
Horas mais tarde, muito triste Dona Baratinha e alguns convidados decidiram ir até o puteiro onde acontecia a despedida de solteiro do noivo.
Logo descobriram o fim trágico do seu noivo e todos lamentaram muito.
O pobre Dom Ratão havia sido violentado pela jeba do Jegue trepadeiro, no qual ele gostou muito. O jegue por sua vez não se fez de rogado e correspondeu a tal interesse. E Dom ratão fugiu no lombo do Jegue, para Maimi.
A pobre Dona Baratinha chorou a noite inteira e desde aquele dia nunca mais pensou em se casar!
Na verdade Dona Baratinha virou uma garota de Streper, roda bolsinha nas horas vagas e leva uma lambida do sapo lingudo.
Quanto à bolsa escola, ela trocou o cupom, e resolveu andar de Louis Vitton.