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terça-feira, 8 de março de 2011



E que venha Bruna Surfistinha,

Acredito que só podemos comentar algo, ou por experiência participada ou assistida.
E neste caso foi o assistido, Bruna Surfistinha, é o mais novo filme da produção do cinema nacional.
E vamos ser francos, de muito mau gosto. Um filme que coloca a prostituição em alta, de uma menina de classe media que por um capricho sai de casa e vai viver como garota de programa. O pior é que o filme não passa em nenhum momento uma mensagem positivista. E sim o simples prazer que o brasileiro tem idolatrar mesmo as coisas que não presta em nosso país.
Nada contra as pessoas, que trabalham com a prostituição, acho até que isso deveria ser legalizado, com direito a fundo de garantia e aposentadoria. mas em casos em que a sociedade tenha levado para tal propósito e não uma adolescente que tem uma condição de vida boa, que estuda em bons colégios e que quer ter uma vida fácil (que nem chega a ser fácil) para adquirir as coisas da vida.
Outro problema que se diagnostica no filme é o fato da protagonista da historia, se envolver com drogas. No que nos remete a uma semiótica interessante, que para ser bonita e gostosa, e adorada por todos é você ser garota de programa e usuário de droga. Onde iremos parar com estas mensagens contemporâneas em que um determinado momento não sabe mais o que é ficção ou realidade?
Não li o livro. Porque sabia que dele não tiraria nada de produtivo, e quando saiu o filme, fiz questão em assistir, fui de coração limpo e esperando assim como a maioria dos espectadores uma mensagem onde uma garota de programa tenha sido obrigada a passar por tal problema e sair dessa vida com orgulho. De ter tornado uma pessoa respeitada pelos outros.
Mas não é bem por ai, o filme faz com que as pessoas saem chocadas, e não tenha nenhuma projeção ou expectativa de que as vezes temos que cair no borralho para alcançar os grandes salões sociais.
E até onde a ficção mistura com a realidade? Até quando vamos ficar idolatrando a vida de uma garota de programa e vamos ficar a colocando como se fosse uma Princesa Isabel? Ou colocar em um patamar tão importante quanto tantas outras mulheres que fizeram e fazem e cumprem seu papel social?
Como diria um velho amigo, sábio: ”O que se esperar de um filme com o tema: Bruna Surfistinha?”
Nada... Absolutamente nada, um discurso pobre, uma fotografia pior ainda. Desculpa Débora Seco, mas as pessoas não são como conseguem ser, as pessoas fazem parte de um processo social ou será aquilo que as pessoas vêem. Um ponto de referência um ícone a quem em se espelhar, e projetar assim suas angustias suas vidas e suas vivencias.