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terça-feira, 1 de setembro de 2009

Amar verbo transitivo direto...


Amar seria um verbo transitivo direto, quando se é amado na mesma proporção de quem se desdobra pelo amor.
Mas nem sempre entre duas pessoas alguém é ou esta capaz de ceder da mesma forma.
Ascendo mais um cigarro broxante e fico imaginando como seria o ser para amar... Deveria vir de cavalo branco? Espada em punho? Salvar alguém de uma torre? Ou derrotar alguma bruxa malvada?... Melhor seria aquele dos tempos dos seresteiros que embriagam nossa janela com musicas, que declame poemas?
Mas poderíamos também, arrumar aquele amor dos tempos dos faroestes e ser seqüestrado de uma forma holllywoodiana, com índios, e uma cidade inteira correndo atrás do bandido em questão(sempre gostei do Chico Buarque).
Temos o amante Roberto Carlos, aquele que ainda manda flores, usa calça desbotada, espera o café da manha.
Mas no fundo todos são volúveis... Amor é aquele que vem de alma para alma, que ande na chuva, que vivencia e glorifica o seu novo trabalho, aquele mesmo você irritado ainda escuta e coloca você para cima. Amor é aquele te acolhe nos braços só porque sabe que você esta longe de casa e longe da família, é aquele que coopera, aquele que fica ansioso para saber se vai ligar. E se não ligar? Aquele que te manda mensagens pela manha só para te desejar bom dia! Amor é aquele que quer escutar sua voz, tomar um café, comprar livros com você.
Aquele mesmo sabendo o quanto é difícil tudo isso, se entrega se joga no escuro, da mão é companheiro te guia, e faz deste guiado o ser mais especial.
Amar é não se preocupar, quando ele vai chorar, mas estar do lado dele para chorar junto.
Mas o melhor do amar, é quando o ser amado faz a cara de foda-se o mundo, e os amantes sabem que lá no fundo isso é apenas uma capa para que não haja sofrimento. O amado nesta hora resigna e espera... Compreende e partilha. E mostra que tudo é possível quando gostamos de fato de alguém.
Posso dizer que vivi isso tudo intensamente em uma semana, com todas as dores causadas por este amor... Chorei todos os dias, de alegria e tristeza. Acordava esperando apenas uma mensagem, e como demorava a chegar tais mensagens(parecia uma eternidade).
Mas a compensação vinha naquele sorriso largo, aquele jeito de menino sem jeito, com um olhar cativante, e pensamentos longos.
Descobri a duras penas que no Rio de Janeiro, ou se faz cara de foda-se o mundo, ou então seja indiferente... Os amores não podem e nem devem aparecer da indiferença. O silencio, pode ser a indiferença. A gente nunca sabe quem esta do outro lado da linha... Se esta sofrendo, se esta normal enfim nunca sabemos.
Quando Maysa cantou: “Bom dia Tristeza” ela deve ter pensado que alguém contemporâneo a ela iria cantar esta musica.
E podem ter certeza, eu a pessoa que mais preso e respeito o individualismo, consegui me abater por um amor cadente, um meteoro rápido e definitivamente destrutivo para a alma.
Cantei Maysa, chorei com ela, e me joguei ao abstrato do mundo desconhecido do amor. Iludi-me, magoei, e tento sobreviver... Mas quando se tem o mar como testemunha, de toda esta lamuria em uma plena terça feira de sol de verão! Ai acredito o amor é lindo e ele definitivamente não serve para dias de chuva, mas combina com mate gelado, com pessoas alegres e cigarros Malboro! Combina com Copacabana, combina comigo e com os dias que tenho que passar tão... tão distante de um reino onde nunca pude reinar!