domingo, 24 de novembro de 2013
CORPO POÉTICO
Guilherme Veríssimo
(Setembro 29, 2013)
Teu corpo envolve meu mundo
Encobre meu olhar
Desintegra meu destino
Passo de dono a servo
Com fome, com frio, ao relento
Passo lento e inseguro.
Vejo meu mundo no teu corpo
Observo nele o meu ser se movendo em partes
Meus olhos fingem serem teus amantes
E me entregam aquilo que sempre me devolves
Em afagos magros e magos:
Minhas ilusões cobertas de cobre.
Sem nenhuma dor.
É no teu corpo
Que me faço humano.
Por ele me vejo e te contemplo
Escrevo e não leio
Apenas sinto a poesia calada
Envergonhada e tímida
Com medo de ter fim.
Dele não suporto a distância
Torno curvos todos os planos
Resisto a todos os golpes
Ignoro dores e despertares assustados
Vejo meu mundo no teu corpo
Cada dia maior
E eu, com a chave na mão
Com medo de fugir de mim...
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