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quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Da ansiedade do desembarque ao desespero do retorno Navegar ê preciso, já dizia o velho poeta Fernando Pessoa. Ainda mais, se a terras dantes navegantes seja a maravilhosa e acolhedora Portugal, melhor ainda: O Porto! Minha viagem foi um tiro no escuro, um desacordo total entre o eu e o que viria a acontecer. Mas, como sou daqueles que adora uma aventura e se joga de corpo e alma, não poderia ser diferente com esta viagem. Ao desembarcar a ansiedade de encontrar um rosto amigo, ou então alguém que me lembrasse um vizinho ou algo da minha província de campos Gerais, para acalentar a minha'alma, naquele momento que me desesperava entre as esteira do aeroporto e o que viria acontecer depois de atravessar a alfandega. Para meu desespero ou gloria,((acredito que tenha sido gloria)) não encontrei ninguém ou nenhum rosto parecido que naquele momento de ansiedade e medo pudesse me confortar. Passo diante de dois agentes da polícia da cidade do Porto, meio tímido e ainda assustado com este novo mundo que iria conhecer, eles se apresentaram acolhedores e solista, fazendo com que aquela melodia no falar soasse em meus ouvidos como um fado já ouvido em algum lugar na minha província. Ao atravessar o portão da fila dos estrangeiros ((assim que eles chamam as pessoas que não são da terrinha lusitana)) me deparo com um sorriso largo, e um rosto familiar que estava buscando além mar. Tremi com um calafrio que percorreu toda a minha espinha, e depois de um longo abraço e um delicado beijo, veio a voz, agora, mais familiar. Bom dia! Seja bem-vindo ao Porto! Fez boa viagem? Neste momento, todo aquele frio e aquela ansiedade sumiram como uma turbulência de emoções. Fui ter com meu parceiro de todas as horas, meu amigo e meu guia desta aventura, onde, a cidade ia se apresentando sozinha e com calma, para que eu não perdesse um só instante e um só segundo de tanta maravilha. Lembro-me de ouvir o cantar das gaivotas o tempo todo e em todos os lugares. Via um sol tímido e ainda frio e pouco aquecedor, mas, já mostrando que ali também seria aquecido por ele. A estrada se fazia longa e grande para chegar até o meu Aconchego, e, no fundo ouvia a voz de um tom tom indicando o caminho a tomar. Pouco me importava naquele momento o caminho, se me perdesse, perderia, e me encontraria! Encontraria com a alegria com a felicidade, com as gaivotas e com aqueles lugares que até então só visto em fotografia de livros de história. E por um segundo o desespero tomou conta d’alma, por saber que por uns poucos dias não aproveitaria mais e nem estaria ali, ouvindo aquela melodia, e não estaria mais com aquela pessoa iluminada que me amparou durante a minha estada nesta cidade maravilhosa. E não apenas um amparo de abrigo. Mas, um amparo de carinho, amigo e companheiro. Aquele que preocupava, cuidava e amava. Fernando foi para mim, a figura principal e mais importante deste passeio, não sendo apenas um coadjuvante, e sim, junto um protagonista desta história, em uma viagem por terras lusitanas.